O Marketing tem vindo a afirmar-se com uma área estruturante em todos os setores e em cada vez mais empresas e organizações, independemente da sua dimensão. Nalguns casos, a função de Marketing começa a ocupar a posição de domínio outrora ocupada pela Gestão, pois cresce o reconhecimento do papel que o Marketing pode desempenhar na afirmação e no crescimento de marcas, empresas, instituições ou territórios.
Muitas vezes confundido com a Comunicação, a Publicidade ou as Vendas, o Marketing oferece a possibilidade de uma visão integrada sobre fatores determinantes da estratégia das organizações e das pessoas.
A profusão de especialidades acopladas ao conceito de Marketing (Marketing Digital, Farmacêutico, Ambiental, Social, Político, Territorial, etc.) não deve desviar a atenção daquilo que é, sempre, o objetivo final da ação do Marketing: produzir um determinado comportamento pretendido por parte do público-alvo.
Na sua essência, estas aparentes especializações não traduzem diferenças estruturais, mas apenas diferenças na forma, no meio ou na técnica aplicada para alcançar o objetivo pretendido, seja ele criar um comportamento novo, ou reforçar ou alterar um comportamento existente, por exemplo.
Possivelmente, o fator que mais contribui para a crescente importância do Marketing reside numa certa epifania que as organizações estão a viver, quando se apercebem de que o contributo que o Marketing pode dar para a sua sustentabilidade e crescimento deriva mais da aplicação dos seus princípios elementares à gestão da organização do que da dimensão do orçamento eventualmente afeto a um Plano de Marketing.
Construir a estratégia focada no Consumidor, na sua Conveniência, numa perceção de Custo e de Valor, e apostar numa Comunicação eficaz é uma abordagem que qualquer empresa pode e deve adotar, seja ela uma nano, micro ou PME. Pensar de forma diferente do habitual tem um custo, mas por vezes esse custo resulta do esforço necessário para sair da zona de conforto de quem sempre fez as coisas da mesma maneira.
A mudança que também se registou no jargão técnico, nomeadamente na transição dos 4Ps para estes 4Cs (número a gosto), não é só semântica, mas reflete uma mudança de paradigma em que as organizações deixam de estar focadas no seu umbigo (Produto) para se focarem, primeiro, no Consumidor (ou cliente) e nas condicionantes do mercado.
As ferramentas de Marketing e de Comunicação Digital vieram democratizar o acesso ao tabuleiro de um jogo que estava reservado aos grandes orçamentos. A inteligência e a criatividade compensam a menor capacidade de investimento em ações de Marketing que, através das plataformas digitais, facilmente criam oportunidades para expandir negócios além-fronteiras.
Seja o Queijo da Serra, as Cerejas do Fundão, as Aldeias do Xisto, o Pastel de Nata ou a cidade de Aveiro enquanto destino de turismo, de estudo ou de trabalho… o Marketing pode alavancar o seu desenvolvimento, competitividade e crescimento económico.
Luís Nunes
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