Marketing Territorial

Atrair, fixar ou mesmo afastar populações de uma área geográfica são objetivos do Marketing Territorial, apostando em áreas como o turismo (atração limitada no tempo), o desenvolvimento urbano, económico e social (fixar ou reter populações no longo prazo), a criação de parques ou reservas naturais (afastando aglomerados populacionais), entre muitas outras vertentes sobre as quais uma gestão do território abrangente pode atuar.

A NYB Comunicação e Marketing – empresa fundada em Lisboa e que, por opção, transferiu a sua sede para um concelho do “interior” (Santa Comba Dão, Viseu, onde fundou mais duas empresas de serviços) – tem desenvolvido com naturalidade algum trabalho no estudo e no desenvolvimento de reflexões sobre o desenvolvimento do território.

Numa perspectiva abrangente, o Marketing Territorial incide não só na promoção de um determinado território (ou dos seus fatores competitivos), mas deve ter um papel determinante na definição estratégica global para esse mesmo território.

Para além de projetos de consultoria, a NYB Comunicação e Marketing tem promovido ou apoiado a organização de eventos com o objetivo de reflectir sobre políticas de desenvolvimento do território português dito ‘interior’, em particular inicidindo sobre o papel da economia digital como promotora da transformação económica e do rejuvenescimento da população ativa nesses territórios.

Exemplos destas iniciativas são a conferência “Papel da economia digital na dinamização do Interior“, realizada em maio de 2012, em Viseu, ou a conferência ‘Economia Digital como eixo do Marketing Territorial’ realizada em Abrantes, em novembro de 2018, como apoio da NYB.

É neste contexto que atual pandemia veio evidenciar a importância desta visão estratégica e do papel da economia digital – em sentido muito mais lato – na capacidade de ativar o teletrabalho como oportunidade para reorganizar não só os métodos de produção, mas a própria organização do território e distribuição da população.

Trabalhar a partir de casa (ou de núcleos de escritórios dispersos) não só é possível para uma larga fatia da população ativa – sobretudo para aqueles que já passavam o dia frente a um computador ligado à internet – como até pode ser bom! E será particularmente bom se as condições de alojamento não estiverem condicionadas pelos subúrbios das grandes cidades.

Graças aos investimentos realizados nas infraestruturas de rede comunicações ao longo da última década e meia, Portugal apresenta excelentes condições de ligação à internet em praticamente todo o território – muitas das vezes melhores no interior do que no litoral urbano.

Esta pandemia pode ser, assim, uma oportunidade para repovoar o país, forçando um movimento oposto da população, oferecendo não só garantias de emprego (os objetivos do Estado são auspiciosos) como as melhores condições de habitação e de vida – com custos já de si mais competitivos do que aqueles que se registam no litoral.

As tragédias oferecem quase sempre oportunidades para quem tem visão estratégica.

Tal como os incêndios de 2017 poderiam ter sido uma oportunidade para reorganizar a estrutura da propriedade e cultura florestal, também esta pandemia pode ser uma oportunidade para reposicionar o conceito de país que queremos para Portugal.

Luís Nunes
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